A NR1 foi adiada, mas sua empresa não pode esperar: como a ISO 31000 e a NR17 mostram que o momento é agora
- Priscilla Carvalhinha
- 17 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de jun.
A recente Portaria MTE nº 765/2025, publicada em 15 de maio de 2025, adiou a exigência da atualização da NR1 — mais especificamente, da inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) — para o dia 26 de maio de 2026. Para muitos, isso foi recebido como um alívio. Mas, na prática, é um alerta.
Esse adiamento não elimina a obrigação futura, e muito menos as consequências atuais da ausência de um mapeamento adequado dos riscos psicossociais. Na verdade, ele abre uma janela que deve ser usada com sabedoria — porque o tempo de estruturação do processo não é curto.
A gestão de risco exige tempo: conheça o ciclo da ISO 31000
A ISO 31000 é uma referência internacional para sistemas de gestão de riscos. Seu ciclo é composto por sete etapas:
Estabelecer o contexto
Identificar os riscos
Analisar os riscos
Avaliar os riscos
Tratar os riscos
Comunicar e consultar
Monitorar e revisar
Cada etapa exige diagnóstico, envolvimento de equipes, análise sistêmica e implementação de planos de ação. É um ciclo que precisa estar rodando até 2026 — não sendo planejado em 2026.
A NR17 continua ativa — e mais relevante do que nunca
Mesmo com a NR1 adiada, a NR17 permanece em vigor. Ela trata da ergonomia no ambiente de trabalho e, por consequência, já contempla a necessidade de avaliação dos fatores psicossociais por meio da análise ergonômica do trabalho (AET).
A diferença é que agora o tema “riscos psicossociais” saiu da zona cinzenta e foi reconhecido explicitamente nas normativas. Ignorar esse fator é se expor a processos, multas e à desconformidade com os princípios mais atuais da SST.
Notificação compulsória: o que chega no SUS, pode voltar como passivo jurídico
A Portaria GM/MS nº 5201 de 2024 incluiu os transtornos mentais relacionados ao trabalho na lista de doenças de notificação compulsória. Isso significa que, ao chegar em uma unidade básica de saúde, um colaborador diagnosticado com ansiedade, depressão ou burnout, por exemplo, pode ter sua condição reportada oficialmente como relacionada ao trabalho.
Esses dados são acessíveis ao Ministério Público do Trabalho — que, mesmo sem relação direta com a NR1, pode iniciar ações judiciais com base nessas informações.
RAT, FAP e os custos invisíveis da má gestão
Além das questões legais e de saúde, há o impacto direto no bolso: o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e o Risco Ambiental do Trabalho (RAT) são índices que influenciam diretamente os encargos pagos pela empresa.
O que poucas organizações percebem é que o simples mapeamento de riscos psicossociais, quando bem feito, já pode gerar impacto positivo no GILRAT no mês seguinte. Isso sem falar no potencial de redução do FAP nos anos seguintes.
O adiamento é a última chance para se antecipar
Não haverá piedade em 2026. Com um ano e meio de prazo, o Ministério do Trabalho deve exigir que todas as empresas estejam com seus ciclos completos — não em construção.
Por isso, o momento de agir é agora.
Não se trata apenas de evitar multas. Trata-se de:
Proteger a saúde mental dos colaboradores;
Demonstrar compromisso com ESG e boas práticas de gestão;
Reduzir custos recorrentes;
Prevenir passivos judiciais com base em evidências.
A gestão emocional também é uma decisão estratégica.
Como podemos ajudar
Na Althea, oferecemos diagnóstico aprofundado com base na ISO 31000, mapeamento e gestão de riscos psicossociais alinhado às NR17 e NR1, análise de impacto nos indicadores financeiros (FAP/RAT), Gestão de Afastamentos e planos de ação personalizados para sua realidade.
Se sua empresa quer fazer diferente e estar à frente em 2026, conheça a Althea - Engenharia de Emoções. Agora é o melhor momento para agir.
Saude mental do trabalhador e um tema urgente, várias empresas estão se capacitando e contratando serviços especializados,enquanto outras respiram na esperança de que nada irá acontecer.
Esse conteúdo agregou bastante.