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Mais de 13 milhões de brasileiros trabalham no digital, revela IBGE. Althea alerta para riscos psicossociais ignorados pelas empresas

  • Foto do escritor: Hélio Salomão Cordoeira
    Hélio Salomão Cordoeira
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

Cresce o número de profissionais em plataformas e modelos remotos, mas cenário escancara precarização e demanda revisão da gestão emocional no ambiente corporativo


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[Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2025] – O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (17) os dados da PNAD Contínua – Trabalho Digital, revelando que 13,8 milhões de brasileiros atuaram em 2024 em ocupações mediadas por tecnologias digitais. O número representa 13,9% da população ocupada do país e engloba desde trabalhadores 100% remotos até prestadores de serviço por aplicativos.


A pesquisa, realizada com base em entrevistas domiciliares, indica uma mudança significativa no perfil do trabalho no Brasil: o trabalho remoto segue estável, mas o trabalho por plataformas digitais cresceu 14,5% em um ano, alcançando 2,3 milhões de pessoas. Mais da metade atua com transporte de passageiros ou entregas, setores com jornadas fragmentadas e alta exposição a estresse.


Segundo a Althea Engenharia de Emoções, o avanço da digitalização do trabalho no Brasil é um sinal de alerta para as empresas que ainda não se adaptaram às novas exigências da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que obriga o mapeamento dos chamados riscos psicossociais.


“Estamos falando de milhões de brasileiros em jornadas emocionalmente instáveis, sem garantia de descanso, e muitas vezes fora do radar dos programas de saúde corporativa”, afirma Hélio Cordoeira, CIO da Althea. “É um cenário que exige resposta técnica e estratégica, não apenas retórica.”

Desigualdades se aprofundam com informalidade digital


Entre os trabalhadores por aplicativo, 90% não possuem contrato formal e 66% estão fora da Previdência Social. Além disso, dados cruzados com outras bases do IBGE indicam que 47% vivem em lares com alguma forma de insegurança alimentar — número bem acima da média nacional.


Apesar de o Brasil ter retirado 2 milhões de domicílios da insegurança alimentar em 2024, ainda há 33 milhões de pessoas nessa condição, conforme informou a Agência de Notícias IBGE no último boletim técnico.


Essa sobreposição de informalidade, hiperconectividade e baixa proteção social gera, segundo a Althea, um tipo de risco que muitas empresas ainda não sabem diagnosticar: o risco emocional invisível, como o presenteísmo crônico, o esgotamento silencioso e a dificuldade de desconexão.


“Não é mais possível dissociar estratégia empresarial de saúde emocional. A própria produtividade está em jogo”, conclui Cordoeira.

Empresas precisam revisar práticas e ampliar políticas de cuidado


Para a Althea, os dados revelam a necessidade de as empresas brasileiras adotarem novas métricas para gestão de pessoas. Não basta medir desempenho ou turnover: é preciso monitorar também níveis de sobrecarga emocional, disponibilidade fora do expediente, sensação de pertencimento e previsibilidade financeira — indicadores diretamente ligados ao risco psicossocial.


A startup desenvolve ferramentas diagnósticas baseadas nas diretrizes da ISO 45003, com mapeamentos digitais, planos de ação personalizados e relatórios técnicos que atendem aos requisitos da NR-1. A plataforma atende tanto colaboradores CLT quanto autônomos e prestadores de serviço por contrato, permitindo que empresas integrem diversos perfis de vínculo em suas estratégias de cuidado.


Transformação digital sem transformação emocional é risco estratégico


O crescimento do trabalho digital traz vantagens em mobilidade e escala, mas, segundo a Althea, deve ser acompanhado de uma transformação cultural que garanta ambientes saudáveis e sustentáveis. As lideranças que não considerarem os efeitos emocionais do trabalho digital tendem a enfrentar maior rotatividade, queda de engajamento e aumento de afastamentos por transtornos mentais.


Estudo recente da OMS indica que doenças mentais custam à economia global mais de US$ 1 trilhão por ano, e o Brasil já acumula perdas superiores a R$ 5 trilhões em produtividade e benefícios sociais desde 2012, segundo a OIT.


Fontes:

  • PNAD Contínua 2024 — Trabalho Digital (IBGE)

  • IBGE — Insegurança Alimentar 2024

  • Agência de Notícias IBGE

  • Economic News Brasil

  • ISO 45003

  • OIT, 2022

  • OMS, 2023

  • Althea Engenharia de Emoções

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